A Rota das Pontes, percurso circular com uma extensão de 14 km, insere-se no projeto transversal “Rios e Zonas Húmidas” da CIM-RC, permitindo a descoberta do património natural e cultural desta região beirã, moldada pela presença do granito e dos seus cursos de água, entre os quais o rio Cavalos. Sugere-se o início do percurso no centro de BTT da aldeia de Várzea de Candosa, devendo seguir-se em direção ao centro da mesma, merecendo um olhar atento as diversas fontes existentes, o casario em granito e a praça contígua à Capela de Santo Amaro. Seguindo por caminhos rurais, o traçado do percurso conduz ao denominado Arco da Moura, uma rocha granítica em forma de arco, com uma abertura de tamanho considerável, rodeada de graciosas fragas que permitem uma vista panorâmica sobre a aldeia. A caminho da aldeia de Vale de Gaios detenha-se por alguns momentos a apreciar a Ponte Romana de Sumes, obra arquitetónica que une as duas margens do rio Cavalos, de apenas um arco, com vão de volta perfeita, cujo tabuleiro mede aproximadamente 50 m de comprimento e 3 m de largura, na qual se evidencia o engenho e a sabedoria construtiva do Império Romano. Está classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1990.
Na galeria ripícola do rio Cavalos poderá observar belos exemplares de amieiro (Alnus glutinosa), freixo (Fraxinus angustifolia), salgueiro (Salix atrocinerea), feto-real (Osmunda regalis), carvalho-alvarinho (Quercus robur), choupo-negro (Populus nigra) e sabugueiro (Sambucus nigra). Na área envolvente, os afloramentos rochosos são pontuados por pequenas plantações de pinheiro-bravo (Pinus pinaster), de eucalipto (Eucalyptus globulus) e, também, algumas espécies invasoras como a acácia (Acacia spp.), o ailanto (Ailanthus altissima) e a tintureira (Phytolacca americana). No entanto, é de salientar a regeneração de espécies autóctones características da região, como o medronheiro (Arbutus unedo), o sobreiro (Quercus suber), a urze-branca (Erica arborea), a esteva (Cistus ladanifer) e o carrasco (Quercus coccifera). Nos afloramentos graníticos marcam presença as espécies bolbosas como o narciso (Narcissus scaberulus) endemismo lusitânico, constante dos Anexos II e IV da Diretiva Habitats, a cebola-albarrã (Urginea maritima), a Gagea soleirolii e a Romulea bulbocodium. Na aldeia de Vale de Gaios, repouse da jornada no parque de lazer, refresque-se na represa do rio e descubra o trilho de BTT, construído em madeira, que acompanha a ribeira. Neste planalto beirão é presença assídua a raposa (Vulpes vulpes), o javali (Sus scrofa) e a águia-de-asa-redonda (Buteo buteo). No meio das fragas é possível observar répteis a fazerem termorregulação, como a lagartixa-do-mato (Psamodrommus manuelae) ou a cobra-rateira (Malpolon monspessulanus). Nas margens do rio Cavalos poderá observar fugazes melros (Turdus merula) ou o chapim-real (Parus major).