De tradições ancestrais, ligadas ao cultivo da terra, estão documentadas por inúmeros lagares e lagaretas, com múltiplas variantes tipológicas, constituindo um claro testemunho de práticas económicas relacionadas com a produção de vinho.
Mas ancestral é também a produção de um maravilhoso alimento que é o queijo. O queijo constitui actualmente um dos ex libris do concelho e potenciou a entrada do concelho de Tábua na Região Demarcada do Queijo Serra da Estrela, através das freguesias de Midões, Póvoa de Midões e Vila Nova de Oliveirinha. E, “apesar do clima de Portugal Continental não ser propício à feitura do queijo, desempenhando os lacticínios um papel menor na cozinha tradicional, os queijos típicos começam a ganhar projecção.
Trata-se de queijos antigos, produzidos em pequenas quintas ou vacarias, em isolados vales ou encostas, onde as ovelhas se alimentam de ervas, arbustos, rebentos de carqueja e sarça.” (Harbutt, Juliet)
O queijo foi sempre fabricado pelas queijeiras e pelos pastores que tinham no seu rebanho, não só um meio de subsistência, mas também um grande orgulho. O leite é assim um bem precioso, espesso, saboroso e aromático, sendo ainda aproveitado o soro para fazer o também excelente requeijão.
Foi deste enaltecimento por uma actividade tão nobre e prestigiante para o município que a Câmara Municipal de Tábua realiza, há mais de duas décadas a Feira do Queijo.
É um acontecimento com um cariz muito próprio, de incentivo à produção do queijo que corre o risco de se perder, dado o fabrico artesanal estar a perder lugar em relação a empresas de lacticínios e queijarias certificadas. Aqui, o queijo deixa de ser produzido artesanalmente: o cardo é substituído por um líquido que produz o mesmo efeito mas, retira-lhe o aroma que tanto o caracteriza e o torna delicioso.