Considerada Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 29, DR 163, de 17 de julho de 1990, a Ponte de Sumes foi construída sobre o Rio de Cavalos. As suas fundações são romanas e datam dos dias desta era, que, a crer numa epígrafe romana integrada num muro em Póvoa de Midões, terá sido edificada nos anos 80 de era Cristã. Construída sobre o Rio de Cavalos, e assente diretamente no afloramento granítico, a sua datação romana parece confirmar-se, pelo menos no que diz respeito às fundações, mostrando um arco de volta perfeita e aparelho regular semelhante ao arco de Bobadela, composto por silhares de granito de grande e média dimensão. No tabuleiro da mesma, com pavimento em lajes irregulares há vestígios de uma via ou calçada romana, semelhante à que passa próximo da Pedra da Sé.
A calçada que integra o tabuleiro, já pouco visível, é fruto de intervenção posterior à época do período de ocupação romana no território. Provavelmente integra a mesma ligação viária que a Via romana da Pedra da Sé, funcionando como elo de ligação da civitas romana da Bobadela à de Viseu. Sandra Lourenço adianta hipótese similar, notando que a referida via partia de Bobadela, saía na direção de Covas, dividindo-se a Sul do Rio de Cavalos «seguindo um troço para norte, em direção a Viseu, e outro para oeste, para entroncar na via Olisipo-Bracara Augusta. É pois aproximadamente a três quilómetros para noroeste de Covas, que está referenciada a ponte de Sumes sobranceira ao rio de Cavalos e cujo um pequeno troço de calçada segue no sentido de Midões, passando presumivelmente nas imediações da villa romana da Cumieira em direção ao vale do Mondego…»[1].
Nos princípios de Novembro de 1990 foram destruídas a calçada e guardas da ponte[2].
[1] LOURENÇO, 2007, p. 105
[2] AJM – Livro de Actas da Assembleia de Freguesia de Midões, 1990-2002, fl. 3